A famosa sonda New Horizons abriu nossos olhos para a beleza e complexidade de Plutão, e agora ela nos entregou alguns dados cósmicos únicos que seriam quase impossíveis de obter da Terra.
A nave espacial da NASA, que está atualmente em hibernação esperando para atingir seu próximo ponto, capturou uma medição muito precisa – o fundo óptico cósmico – que é a acumulação de luz visível extragaláctica produzida por todas as fontes no universo.
“Determinar quanta luz vem de todas as galáxias além da Via Láctea, têm sido um desafio na astrofísica observacional”, disse Michael Zemcov, professor-assistente do Instituto de Tecnologia de Rochester.
A questão principal no estudo do fundo óptico cósmico do Sistema Solar interior é a poeira. Cometas como 67P/Churyumov-Gerasimenko possui mais de bilhões de anos de preenchimento com minúsculos fragmentos empoeirados que refletem a luz solar, que formam a chamada luz zodiacal.
A luz zodiacal é muito intensa perto de nosso planeta para termos uma boa imagem do fundo óptico cósmico, mas a coisa muda além da órbita de Plutão – a 5 bilhões de quilômetros – onde a LORRI (New Horizons Long Range Reconnaissance Imager) obtém imagens de galáxias distantes com qualidade.
“O que estamos vendo é que o fundo óptico é completamente consistente com a luz das galáxias e não vemos a necessidade de adicionar um monte de brilho extra; Enquanto as medições anteriores perto da Terra precisaram de muito brilho. O estudo é a prova de que este tipo de medição é possível a partir do sistema solar exterior, e que LORRI é capaz de fazê-la”, disse Zemcov.
Enquanto as missões para a borda do Sistema Solar são destinadas para planetas, elas poderiam ser otimizadas para olhar para o universo de uma outra perspectiva. [IFLS]