Planetas

Cientistas divulgam novas informações sobre o novo objeto interestelar

Em 30 de agosto deste ano, soubemos de um segundo visitante interestelar passando pelo Sistema Solar, após a descoberta do asteroide ‘Oumuamua no ano passado. O novo visitante, o cometa 21/Borisov, recebeu o nome de seu descobridor, o astrônomo amador Gennady Borisov. Enquanto as propriedades gerais de ‘Oumuamua parecem diferentes de tudo que vimos antes, o cometa Borisov é inesperadamente familiar.

Imagem do cometa em 10/09. (Créditos: Observatório Gemini)

Conforme relatado na revista Nature Astronomy, o corpo interestelar é semelhante em composição e tamanho aos cometas do nosso próprio Sistema Solar, sugerindo que esses objetos provavelmente se formam da mesma maneira em outras partes do universo. Possui uma tonalidade vermelha e um núcleo de cerca de 1 km, seria um objeto bastante excepcional se sua origem não estivesse além das bordas do Sistema Solar.

Quando 2I/Borisov foi descoberto, estava a mais de 400 milhões de quilômetros do Sol. Desde então, ficou cada vez mais perto. Em 26 de outubro, cruzará o plano orbital do Sistema Solar com um ângulo de 40 graus. Essa passagem peculiar combinada com a velocidade excepcional de 150.000 km/h foram as primeiras pistas de que esse corpo não era daqui. O artigo aponta que, sem as características orbitais, com base nas observações atuais, seria indistinguível dos cometas do Sistema Solar.

“Percebemos imediatamente o coma e a cauda familiares que não eram vistos em torno de ‘Oumuamua'”, disse Michał Drahus, da Universidade Jagiellonian, na Polônia. “Isso é muito legal porque significa que nosso novo visitante é um desses cometas interestelares nunca antes vistos”, concluiu.

Logo devemos descobrir se há algo de peculiar nesse cometa. Chegará ao ponto mais próximo do Sol em 8 de dezembro, quando estará a aproximadamente 300 milhões de quilômetros de distância, e observações mais detalhadas do objeto deverão fornecer mais informações sobre suas propriedades.

As imagens do cometa, que mostram um corpo amarelado, deram aos astrônomos muitas ideias. Foram tiradas entre os dias 10 e 13 de setembro com o telescópio William Herschel, na Espanha e o telescópio Gemini North, no Havaí. Eles também descobriram que atualmente a poeira está sendo ejetada do cometa a uma velocidade relativamente baixa de 44 metros por segundo.

Os pesquisadores afirmam com com segurança que a pesquisa nesse corpo será transformadora para a astronomia planetária e um marco para a astronomia em geral. Vamos aguardar as novidades, pois serão grandes. [IFLS]

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.