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Brasileiro encontra satélite secreto dos EUA

No dia 24 de março deste ano, uma câmera da BRAMON (Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros), localizada em João Pessoa, na Paraíba, registrou, pela primeira vez, um satélite chamado Sensorsat ou ORS-5 – um satélite secreto do governo americano. Não entanto, a descoberta não envolveu apenas um brasileiro, mas sim pessoas de várias partes do mundo.

Registro do Zurita.

A ideia surgiu de um observador de satélites chamado Charles Phillips, de Houston nos Estados Unidos. O brasileiro Marcelo Zurita, de João Pessoa, já contribuía anteriormente com o reporte de satélites registrados em suas câmeras de monitoramento do céu, e foi então que Phillips percebeu que a latitude do Zurita era boa para registrar satélites em baixa órbita terrestre e baixa inclinação – condições essas que são inacessíveis para os americanos e europeus.

O satélite

O ORS-5 é um satélite produzido pelo Laboratório Lincoln, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (LL/MIT) que opera a cerca de 600 km acima da superfície da Terra. O Sensorsat mede cerca de 1,5 m e pesa 140 kg. Integra o Programa de Reconhecimento Situacional do Espaço Geossíncrono e tem como principal objetivo estudar a “saúde” dos satélites que estão no cinturão geoestacionário do planeta.

Imagem do satélite.

Ele foi lançado em 26 de agosto de 2017 em um foguete Minotaur IV, de 28,3 metros. Desde seu lançamento, o ORS-5 nunca mais havia sido pego pelos observadores de satélite, até o dia 24 de março quando foi registrado pelas câmeras da BRAMON, no Brasil.

Como foi encontrado?

Satélites são registrados todas as noites feitos pelas câmeras da rede. Zurita, utilizando um software, identificava todos os objetos registrados por sua câmera e reportava sempre que fosse encontrado um não identificado. Depois de noites e mais noites sem registros do tipo, foi registrado um curto ponto brilhante (imagem do topo da matéria) de 0,3 segundo, com magnitude 0,5 que não estava associado a nenhum satélite conhecido.

Lançamento do satélite.

Após alguns cálculos preliminares, tudo indicava que os três flares haviam sido gerados pelo mesmo objeto. O relatório dos registros foram enviados a alguns experientes observadores de satélites e avaliaram os dados, concluindo que se tratava realmente do ORS-5.

Para maiores informações acesse o site da BRAMON.

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.