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Algo enorme emitiu raios gama a 12 bilhões de anos-luz de distância

Às 22h49min (horário da Austrália Ocidental), no dia 2 de fevereiro deste ano, raios gama atingiram o satélite Swift, da NASA. Em poucos segundos de detecção, um alerta foi enviado automaticamente para o Telescópio Zadko, em Washington. Ele se moveu na direção da constelação Ophiuchus – lugar de onde vinham os sinais.

O evento, chamado de GRB170202, foi uma explosão de raios gama muito energética (GRB). Depois de menos de um minuto, os raios gama desapareceram. O Telescópio Zadko registrou toda a evolução da explosão óptica. Durante sua maior explosão, GRB170202 foi equivalente em brilho a milhões de estrelas brilhando juntas no mesmo local.

explosão raios gama

Cerca de 9 horas e 42 minutos após o GRB, o Very Large Telescope no Chile adquiriu o espectro do brilho. Isso permitiu que uma distância para a explosão tenha sido calculada: cerca de 12 bilhões de anos-luz.

GRB170202 estava tão longe, que até mesmo sua galáxia não era visível, apenas a escuridão. O GRB nunca mais ser visto novamente, é como ligar uma luz em um quarto escuro e tentar gravar algum detalhe antes que a luz se apague.

Esses flashes de radiação gama são a assinatura reveladora do nascimento de um buraco negro a partir do colapso cataclísmico de uma estrela. Tais eventos são raros e exigem algumas circunstâncias especiais, incluindo uma estrela muito maciça até dezenas de massas solares girando rapidamente com um forte campo magnético. [IFLS]

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.