Um planeta foi descoberto em torno da L2 Puppis, uma estrela gigante vermelha localizada à 208 anos-luz da Terra. Além disso, essa estrela têm algo muito especial para nós: ela se parecia muito com o nosso Sol há bilhões de anos.
Uma equipe internacional de astrônomos estão estudando este sistema usando o Large Array Atacama Millimeter (ALMA), no Chile, e eles acreditam que esta estrela oferece uma vista única para o futuro do Sistema Solar e do nosso planeta, em particular.

“Nós descobrimos que a L2 Puppis têm cerca de 10 bilhões de anos”, disse Ward Homan, do Instituto de Astronomia na Bélgica. “Há cinco mil milhões de anos, a estrela era um gêmeo quase perfeito do nosso Sol – até com a mesma massa, sendo que um terço dela perdeu-se durante a evolução da estrela. E o mesmo vai acontecer com o nosso Sol em um futuro muito distante”, concluiu ele.
O planeta descoberto na órbita da L2 Puppis, orbita à 300 milhões de quilômetros de sua estrela, que é o dobro da distância entre a Terra e o Sol. O planeta em si não é um bom modelo para a Terra, sendo 12 vezes a massa de Júpiter. Mas os astrônomos estão curiosos sobre as interações entre o planeta e sua estrela.
“Daqui a 5 bilhões de anos, o Sol terá crescido em uma estrela gigante vermelha, mais de cem vezes maior do que seu tamanho atual”, disse o Professor Leen Decin, também do Instituto de Astronomia. “Ele também irá experimentar uma perda de massa intensa. O produto final de sua evolução, sete bilhões de anos a partir de agora, será uma pequena estrela anã branca”, concluiu ele.
O Sol, então, ficará tão inchado que irá expandir facilmente quase à nossa própria órbita, destruindo Mercúrio e Vênus no processo. Mas o impacto que esta fase terá na Terra permanece em grande parte obscura.
“Nós já sabemos que o nosso Sol será maior e mais brilhante, e que ele provavelmente irá destruir qualquer forma de vida em nosso planeta”, disse Decin. “Mas será que o núcleo rochoso da Terra vai sobreviver à fase de gigante vermelha e continuar em órbita da anã branca?”, se perguntou ele.
A equipe vai continuar a estudar a L2 Puppis, já que esse sistema poderia revelar algo novo sobre a nossa própria estrela. [IFLS]