Astrofísica

Há uma chance do carro enviado para o espaço cair de volta na Terra

De acordo com uma nova análise da trajetória orbital do Carro enviado por Ellon Musk para o espaço semana passada, esse elegante pedaço de metal vermelho pode realmente voltar as suas origens.

Essa é a avaliação do astrofísico canadense Hanno Rein, da Universidade de Toronto Scarborough, que, com outros pesquisadores, calculou por onde o carro iria passar no espaço.

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“Temos todo o software pronto, e quando vimos o lançamento na semana passada, pensamos: Vamos ver o que acontece “, disse Rein. “Então, analisamos a órbita por vários milhões de anos”, concluiu ele.

As simulações da equipe sugerem que a órbita elíptica do Tesla ao redor do Sol – que cruzará repetidamente as órbitas de Marte, Terra e Vênus – fará vários encontros próximos com a Terra no futuro, o primeiro dos quais deverá ocorrer em 2091.

Olhando para o futuro, a boa notícia é que os pesquisadores não preveem possíveis impactos com a Terra nos próximos mil anos pelo menos – mas não oferecem qualquer tipo de garantia firme sobre isso.

“Não podemos prever com certeza o que acontecerá após algumas centenas de anos, porque é uma órbita caótica e só podemos tirar conclusões em sentido estatístico”, disse Rein.

Ainda assim, em cerca de 240 simulações que traçam a evolução dinâmica de longo prazo dos possíveis destinos orbitais do carro, “cerca de 50% dizem que irá atingir um planeta nas próximas dezenas de milhões de anos”, acrescentou Rein.

Vale ressaltar que esses cálculos ainda não foram revisados por outros cientistas, mas, como os próprios pesquisadores reconhecem livremente, há uma grande quantidade de incógnitas matemáticas nesses cenários orbitais.

Em qualquer caso, se o pior acontecer, não há necessidade de se preocupar. Não agora, nem muito, muito, muito mais tarde.

“Ele vai queimar na atmosfera ou talvez um componente atinja a superfície”, disse Rein. “Não há risco para a saúde e a segurança”, concluiu. [IFLS]

Alexsandro Mota

Nordestino, um grande amante da astronomia e divulgador científico há quase uma década. Sou o criador do projeto Mistérios do Espaço e dedico meu tempo a tornar a astronomia mais acessível.